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Planejamento financeiro: O que é e como fazer o seu, passo a passo

Confira abaixo este artigo sobre planejamento financeiro publicado na plataforma Meu Bolso em Dia, sendo uma iniciativa da Febraban.

April 30, 2025tempo de Leitura: 11 min

Planejamento financeiro é um dos temas da moda nas redes sociais. Você já parou para pensar o que isso realmente significa? Muitas vezes, o conceito é usado de maneira equivocada, como sinônimo de economizar dinheiro e cortar gastos. Embora essas medidas sejam importantes para uma vida financeira saudável, o planejamento financeiro vai muito além.

Ele envolve organizar e ter controle das finanças, fazer escolhas conscientes, investir com eficiência, proteger o patrimônio e usar seu dinheiro de forma estratégica para alcançar sonhos e objetivos. Ou seja, é uma forma de viver o hoje pensando nas próximas conquistas e na tranquilidade futura.

Difícil? Não é. Com algumas mudanças simples e as ferramentas certas, qualquer pessoa pode construir um caminho financeiro mais seguro e sustentável. Veja algumas dicas para isso.

O que é planejamento financeiro e por que ele é importante?

O planejamento envolve uma análise cuidadosa de todos os aspectos da vida financeira e um plano de ação que nos permita organizar e administrar bem o dinheiro que fazemos tanto esforço para ganhar. Isso significa fazer escolhas pensando em seus objetivos, investir de acordo com suas metas e proteger suas conquistas, garantindo o alcance de seus objetivos com o menor risco possível.

Um bom planejamento permite que você construa um futuro financeiro mais estável e alcance seus objetivos com mais segurança, tomando as melhores decisões para você e sua família. Ele possibilita, por exemplo, evitar surpresas desagradáveis no final do mês e estar preparado para imprevistos, reduzindo a necessidade de recorrer a empréstimos ou acumular dívidas em momentos de crise.

Com ele, você consegue ter um Raio-X de suas finanças, entendendo para onde vai o seu dinheiro e como utilizá-lo da melhor forma para você e sua família.


Passo a passo para ter um planejamento financeiro simples e eficiente

Ter um planejamento financeiro não precisa ser complicado. Com algumas etapas práticas, você pode organizar suas finanças e alcançar seus objetivos de forma mais tranquila. Confira:

1. Defina seus objetivos

Antes de qualquer coisa, é necessário estabelecer suas prioridades e objetivos. Quer comprar um carro novo? Fazer aquela viagem dos sonhos? Alcançar sua independência financeira? Sair das dívidas? Ter objetivos bem definidos ajuda a nortear suas decisões e traz motivação para seguir em frente. Para facilitar, divida suas metas em três categorias, como no exemplo a seguir:

• Curto prazo (até 2 anos): Trocar o celular, realizar uma viagem curta, quitar uma dívida, fazer uma pequena reforma em casa, limpar o nome e outros;

• Médio prazo (entre 2 e 10 anos): Fazer uma pós-graduação ou comprar um carro, por exemplo;

• Longo prazo (acima de 10 anos): Compra de um imóvel, ter um futuro tranquilo quando decidir parar de trabalhar, etc.

Depois de definir suas metas, você precisa saber quanto elas custam e como se planejar para realizá-las. Imagine que seu objetivo seja fazer uma viagem internacional daqui a 3 anos. Se o custo dessa viagem for cerca de R$ 15 mil por pessoa, incluindo passagem, hospedagem, alimentação e transporte, é essencial ter um plano para juntar esse valor dentro do prazo.

Além de concretizar seu objetivo, esse planejamento possibilita antecipar a compra de passagens, aproveitar os dias de ingressos livres em museus e assim por diante, o que pode gerar uma boa economia.

Para calcular quanto você precisa economizar por mês para chegar lá, você pode usar nosso Simulador de Sonhos. Basta inserir algumas informações e a ferramenta calcula, gratuitamente, quanto você precisaria economizar por mês para atingir essa meta no prazo desejado.

O prazo é viável ou você precisa de mais tempo para conseguir guardar o dinheiro necessário? Ter essa visibilidade é muito importante. Com isso definido, você pode se organizar melhor para poupar o valor sem comprometer suas finanças ou sua qualidade de vida no presente.

2. Analise a sua renda e as suas despesas

Depois de definir seus objetivos, é hora de entender como está sua situação financeira atual. E, para isso, o primeiro passo é fazer um orçamento pessoal bem completo. Anote todo mês em um caderno, aplicativo, bloco de notas do celular ou planilha de orçamento pessoal.

• Suas receitas, ou seja, o dinheiro que entra: Salário, renda extra, aluguel, benefícios ou qualquer outro valor que receba.

• Suas despesas: Incluindo as fixas (aluguel, contas de luz e água, mensalidades) e as variáveis (alimentação, transporte, lazer).

Para facilitar, você pode classificar os gastos por categorias, como moradia, transporte, alimentação, saúde e lazer. Esse Raio X ajuda você a ter uma melhor visibilidade sobre o destino do dinheiro. A alimentação fora de casa ou o delivery está consumindo parte do valor que você poderia poupar para viajar? Hora de definir estratégias para gastar menos com esses itens.

APROVEITE AS PLANILHAS GRATUITAS DO MEU BOLSO EM DIA

Para facilitar o orçamento, existem diversas ferramentas gratuitas, como planilhas de orçamento e aplicativos de controle financeiro. As planilhas do Meu Bolso em Dia oferecem suporte para diferentes perfis de pessoas: Jovens no primeiro emprego, aposentados e pensionistas, orçamento pessoal e orçamento familiar.

Elas podem ajudar a montar um orçamento personalizado, que você acompanha todo mês. Basta fazer o download e salvar no celular ou no computador.

Registre todas as entradas de dinheiro da sua família. Há dois modelos de planilhas mês a mês: Um bem completo e outro simplificado. Escolha o que melhor se adequa à sua necessidade. Faça o download e preencha todos os campos que fizerem sentido para a sua situação.

Se você mora sozinho, por exemplo, pode deixar o campo “Salário do cônjuge” zerado ou alterar o nome para algo mais adequado, como “Receita com vendas”, se esse for o seu caso. Todos os campos de despesas e entradas de dinheiro são editáveis. A planilha faz todos os cálculos automaticamente e, ao preencher, ela já mostra o total acumulado no ano.

Vamos olhar o bloco de renda. O primeiro passo, então, é calcular a renda líquida, ou seja, o valor que realmente entra todo mês. Vamos usar como exemplo uma família com dois adultos e uma criança. Suponha que os dois adultos recebam um salário-mínimo e um deles tenha saído de férias no mês de abril. Importante: ao digitar os valores, não use pontos nem vírgulas.

Preencha todas as despesas mensais. Lembre-se de distribuir os gastos da fatura do cartão de crédito nas diferentes categorias. Por exemplo, se você pagou a gasolina com cartão, inclua esse gasto na categoria "transporte" e na linha "combustível", como você pode conferir no exemplo a seguir.

Apure o resultado. Com tudo preenchido, a planilha calcula o saldo, mostrando se no final do mês as contas estão empatadas, sobrou ou faltou dinheiro. Com esse mapeamento, fica mais fácil identificar padrões de gastos e perceber se há algo que pode ser ajustado. Se perceber que está gastando mais do que ganha ou que seu saldo fica zerado todo mês, isso pode ser um sinal de alerta.

A meta deve ser o saldo positivo no orçamento, mesmo que pequeno, para evitar recorrer a empréstimos ou ao cheque especial em caso de imprevistos. Pequenos ajustes, como reduzir pedidos de delivery ou cortar assinaturas pouco usadas, podem fazer uma grande diferença ao longo do tempo.

3. Crie metas de economia e investimentos

Agora que você já sabe como seu dinheiro está sendo gasto e quanto você precisa poupar para realizar seus sonhos, é hora de definir metas claras para economizar, poupar e investir. Estabelecer um valor fixo para guardar todo mês ajuda a criar um hábito e manter um planejamento financeiro que funcione no longo prazo.

O mais importante não é a quantia inicial, mas a persistência. Guardar um pouco todo mês, sem interrupções, é o caminho para realizar qualquer objetivo. A dica é começar com pouco e ir adequando seu orçamento para encaixar suas metas. Antes de começar, é importante entender três conceitos básicos:

• Economizar é cortar gastos desnecessários e evitar desperdícios. • Poupar significa separar parte da sua renda para objetivos futuros, como a reserva de emergência. • Investir é aplicar esse dinheiro para fazê-lo crescer ao longo do tempo.

Embora a poupança seja a escolha mais comum para guardar dinheiro, existem outras opções seguras e que podem oferecer bons rendimentos. Se você ainda não tem familiaridade com investimentos, vale a pena buscar mais informações antes de aplicar seu dinheiro. Com um planejamento bem estruturado, alcançar seus objetivos fica mais fácil sem comprometer sua qualidade de vida.

4. Acompanhe e ajuste seu planejamento

O planejamento financeiro é vivo, por isso, não deve ser engessado. A vida muda, e suas finanças precisam acompanhar essas mudanças. Um aumento de salário pode permitir que você economize mais, enquanto um gasto inesperado pode exigir ajustes. Por isso, é essencial revisar seu plano regularmente.

Uma maneira simples de acompanhar seu progresso é escolher um dia no mês para revisar suas finanças. Veja se está conseguindo poupar o valor planejado, se os investimentos estão rendendo conforme esperado e se algum gasto saiu do controle. Pequenos problemas, quando rapidamente identificados, são mais fáceis de corrigir.

Se perceber que uma meta ficou difícil de cumprir, não desanime. Em vez de desistir, tente ajustar o valor que guarda ou aumentar o prazo para atingir seu objetivo. O mais importante é manter o planejamento ativo e flexível para que ele continue funcionando dentro da sua realidade. Pequenos ajustes ao longo do caminho fazem toda a diferença para que você continue no controle do seu dinheiro.

5. Proteja suas conquistas

Os imprevistos podem causar estragos na vida financeira. Por isso, é importante reservar uma parte do orçamento para investir em proteção.

Imagine as seguintes situações: Poupar para comprar seu tão sonhado carro, e perdê-lo em um roubo ou acidente? Ou iniciar o financiamento do imóvel dos seus sonhos e atrasar o pagamento das parcelas por ficar desempregado, correndo o risco de perder o bem. Ou ainda, abrir seu próprio negócio e contrair uma doença grave que impeça você de trabalhar por dois anos. Todo esforço de economizar, poupar e investir parece ter sido em vão.

Para proteger as nossas conquistas desses e outros riscos, existem os seguros patrimoniais, prestamistas, empresariais ou de vida. Eles também precisam fazer parte do planejamento financeiro para proteger suas principais conquistas e evitar que você tenha que vender bens ou usar seu capital para cobrir seus prejuízos em eventuais sinistros.

Com o planejamento financeiro e as dicas para economizar e investir, aos poucos será possível sair do vermelho e voltar a ter tranquilidade para planejar o futuro.

Para quem deseja ir além da organização do dia a dia e pensar o futuro com a família, o e-book gratuito Guia do Planejamento Financeiro oferece um passo a passo para mapear receitas, despesas e metas conjuntas. A proposta é mostrar como o planejamento coletivo pode fortalecer vínculos, prevenir imprevistos e construir um patrimônio com mais clareza e bem-estar.

Quando o planejamento financeiro respeita suas prioridades e valores, sobra espaço para o que realmente importa. O dinheiro, então, deixa de ser fonte de estresse e passa a ser um aliado na construção de uma vida mais leve, segura e feliz.


Se você está lidando com dívidas, saiba que um bom planejamento é essencial para reorganizar sua vida financeira. O primeiro passo é entender exatamente quanto e para quem você deve. A partir disso, elabore uma lista de prioridades. Essa ordem não precisa seguir apenas critérios matemáticos, às vezes, uma dívida emocional pesa mais. Por exemplo, pagar primeiro um parente próximo, como a mãe ou o irmão, pode ser importante para restabelecer a confiança e aliviar a tensão no convívio familiar — mesmo que a dívida com eles não tenha juros nem prazo definido.

Defina um plano para ir quitando aos poucos e procure se garantir para enfrentar situações inesperadas. Ao fazer seu orçamento, veja o valor que você pode destinar para renegociar os pagamentos com os credores e faça uma reserva possível, todo mês, para investir. Mesmo que o valor seja pequeno, ele vai formando um bolo que traz tranquilidade, inclusive, para tomar decisões que ajudem você a sair das dívidas.

Também pode ser o momento de buscar uma renda extra ou revisar os gastos da família. Cortar gastos não significa abrir mão de tudo que você gosta. Excesso de privações pode até parecer responsável no curto prazo, mas tende a gerar frustração, desgaste emocional e até impactos na saúde física – como, por exemplo, parar a academia por achar que é um luxo ou recorrer a uma alimentação menos saudável por ser mais barata.

O segredo está no equilíbrio. Em vez de eliminar o lazer, ajuste-o ao seu orçamento com alternativas mais acessíveis. Pequenos ajustes, como trocar saídas caras por opções mais econômicas, fazem toda a diferença a longo prazo. Assim como dietas muito restritivas costumam falhar, um planejamento financeiro rígido demais pode levar a gastos impulsivos depois de um período de privação.

Para acessar o artigo original publicado no Meu Bolso em Dia, acesse: https://meubolsoemdia.com.br/Materias/planejamento-financeiro

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